A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) realizou hoje (29) mais uma edição do “Quintas da CBIC”, com o tema “Tendências da Indústria da Construção”. O evento, que serviu como prévia para o Constru Summit, debateu as inovações e os desafios futuros da construção.
O encontro foi mediado por Eduardo Aroeira, vice-presidente da CBIC, que trouxe questões importantes sobre o futuro da mão de obra na construção. Em sua fala, Aroeira expressou preocupações com o perfil dos trabalhadores do setor, destacando a necessidade de modernização e inclusão digital. “Embora haja uma pressão para reduzir a burocracia e realizar reformas tributárias, a questão fundamental é se conseguiremos melhorar nossas práticas sem mudar significativamente nosso modo de operar”, afirmou Aroeira. Além disso, destacou a problemática do envelhecimento da força de trabalho e a resistência dos jovens em ingressar na profissão, questionando como as novas tecnologias podem ajudar a atrair novos profissionais.
José Carlos Martins, presidente do conselho consultivo da CBIC, também contribuiu com suas observações, ressaltando a necessidade de adaptação da indústria diante das inevitáveis mudanças. “O que imaginamos como o futuro da construção está muito distante da realidade atual. A tecnologia avança, mas o trabalhador ainda enfrenta condições difíceis”, comentou. Martins usou um exemplo internacional para ilustrar como, apesar dos avanços, o cenário no setor de construção continua bastante desafiador.
Guilherme Quandt, Diretor de Estratégia e Mercado da Softplan para a Indústria da Construção, discutiu o impacto da tecnologia na evolução do setor. Segundo Quandt, há uma necessidade urgente de reinvenção devido ao envelhecimento da força de trabalho e ao aumento dos custos. “O custo da mão de obra superou o da matéria-prima em 2024, o que pode pressionar ainda mais o preço dos imóveis. A falta de adoção de tecnologias e o ambiente árido da construção estão afastando a nova geração”, explicou Quandt.
O jornalista e colunista Raul Juste, do UOL, trouxe uma perspectiva crítica sobre a produtividade no setor. Juste comentou sobre a discrepância entre a baixa produtividade no Brasil e as práticas internacionais. “O Brasil ainda tem um grande contingente de mão de obra pouco qualificada, e isso reflete na baixa produtividade. Em países desenvolvidos, o trabalhador da construção é bem remunerado e altamente qualificado. Precisamos enfrentar essa realidade e repensar nossas práticas”, observou Juste.
Ao final do encontro, Aroeira disponibilizou um cupom de desconto (CBIC20) para quem tiver interesse em participar do Construsummit, evento da construção realizado em Florianópolis (SC), nos dias 04 e 05 de setembro.
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