O desenvolvimento social e logístico da Amazônia, com foco na conciliação entre progresso econômico e preservação ambiental, foi o debate central do evento “Região Norte – Infraestrutura & Sustentabilidade” , que foi realizado nesta segunda-feira (25), em Brasília. O encontro, promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), por meio das Comissões de Infraestrutura (COINFRA), Meio Ambiente e Sustentabilidade (CMA) e Habitação de Interesse Social (CHIS), na Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), reuniu especialistas e autoridades, como a secretária nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse, o senador Confúcio Moura, o presidente do Sinduscon-AM, Frank Souza, e outros representantes da CBIC.
A abertura destacou a necessidade de uma nova abordagem para a Amazônia, que combine preservação ambiental com as demandas sociais e econômicas das populações locais. O presidente da CBIC, Renato Correia, destacou o investimento de R$ 200 bilhões anuais em infraestrutura no Brasil, sublinhando que, apesar de avanços, há uma grande disparidade regional, com ênfase na região Norte. Ele mencionou ainda as dificuldades com o sistema fluvial e a falta de alternativas para garantir a alimentação da população, especialmente em períodos de eventos climáticos extremos.
Carlos Eduardo Lima Jorge, vice-presidente de Infraestrutura (COINFRA) da CBIC destacou o conflito entre políticas ambientais e o desenvolvimento da infraestrutura na Região Norte, onde há uma grande necessidade de melhorias em transporte, habitação e saneamento.
“O evento busca demonstrar que projetos de infraestrutura sustentáveis podem coexistir com a preservação ambiental, contribuindo para seu controle. Além disso, o evento antecipa discussões para a COP30”, destacou Lima Jorge.
O debate também abordou a formalização de estradas na Amazônia, enfatizando a importância de substituir vias que degradam a floresta por projetos sustentáveis. A secretária nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse reforçou que o investimento em infraestrutura é crucial para o desenvolvimento econômico, com dados do Banco Mundial mostrando que, a cada real investido, há um retorno de quatro reais. Ela também destacou que o Ministério dos Transportes tem investido três vezes mais em infraestrutura do que a média histórica do país.
O exemplo da BR-319, rodovia que conecta duas capitais e enfrenta sérias dificuldades de manutenção, foi destacado como um caso emblemático. Viviane Esse lembrou que o custo para manter essas estradas é altíssimo, especialmente em áreas não pavimentadas, e que a parceria com a iniciativa privada é essencial para a solução dos problemas.
O senador Confúcio Moura, membro da Comissão de Meio Ambiente e presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado, falou sobre o atraso na aprovação de uma importante lei ambiental, que deveria ter sido aprovada em julho, mas ainda não teve seu relatório preliminar lido.
“A infraestrutura da região é essencial para o desenvolvimento econômico, com destaque para os cinco corredores logísticos que conectam o Brasil a mercados internacionais. A ministra de Transportes também mencionou a construção de um porto binacional em Rondônia. Contudo, é fundamental investir na recuperação de áreas degradadas, sem prejudicar as florestas nativas, e adotar práticas sustentáveis para a expansão agrícola, como exemplificado nos estados de Rondônia e Tocantins” afirmou o senador.
Frank Souza, presidente do Sinduscon-AM, apontou as dificuldades de infraestrutura e o baixo PIB da região Norte, que representa apenas 5,7% do PIB nacional, com estados como o Pará e o Amazonas contribuindo com percentuais ainda menores. A falta de investimentos e a complexidade do licenciamento ambiental são obstáculos ao desenvolvimento da região.
O tema tem interface com o projeto “Conhecimento, Segurança e Saúde no Trabalho”, objetivo 3.5 – “Promoção da Segurança Sustentável e Governança no setor da infraestrutura” da Comissão de Infraestrutura (COINFRA) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), com a correalização do Serviço Social da Indústria (SESI); com o projeto “Descarbonização do setor da Indústria da Construção e os Negócios e Soluções Inovadoras em Sustentabilidade”, da Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade (CMA) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); e com o projeto “Responsabilidade Social na Indústria da Construção”, objetivo 2.6 –“Segurança habitacional e moradia digna ao trabalhador”, da Comissão de Habitação de Interesse Social (CHIS) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em correalização com o Serviço Social da Indústria (SESI).
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