Nesta quarta-feira (25) Belém foi palco do 12º Roadshow da Comissão de Obras Industriais e Corporativas (COIC) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O evento, que reuniu representantes da indústria da construção, empresários e lideranças locais, abordou o tema “Região Norte: Vetor de Oportunidades em Obras Industriais”. A programação trouxe debates focados nas peculiaridades e no potencial de crescimento do setor na região, ressaltando o papel da sustentabilidade e da gestão compartilhada como pilares essenciais para o desenvolvimento de obras industriais.

Ilso Oliveira, vice-presidente da COIC/CBIC, iniciou o evento explicando a importância de adaptar os Roadshows às particularidades regionais e como essas iniciativas se alinham aos projetos da comissão. “Nós temos procurado trazer nesses Roadshows temas que estejam alinhados com a região onde realizamos o evento e também com os projetos da COIC”, comentou. Ele destacou que, em 2024, a COIC está comprometida com um projeto focado na sustentabilidade das empresas do setor de obras industriais. Esse projeto, segundo ele, está estruturado em três pilares fundamentais: engenharia e mercado, cultura da gestão compartilhada e elevação do nível de maturidade das empresas do segmento.

Oliveira detalhou como a gestão compartilhada é crucial para o sucesso de obras industriais. Ele ressaltou que, devido à complexidade e ao curto ciclo de execução dessas obras — que geralmente duram de 15 a 30 meses —, a colaboração entre empresas é indispensável. “Nós defendemos a gestão compartilhada, a importância das parcerias. Um projeto industrial, na maioria das vezes, é complexo, de curta duração e realizado em áreas com logística difícil. Por isso, formar consórcios e atuar em parceria é fundamental”, explicou. Esse modelo de gestão, segundo Oliveira, não apenas facilita a execução dos projetos, mas também distribui responsabilidades e eleva o nível de eficiência.

Frank do Carmo, vice-presidente da Região Norte da CBIC e presidente do Sinduscon-AM, complementou a fala de Oliveira ao abordar os desafios específicos da Região Norte para o desenvolvimento de obras. Ele mencionou, por exemplo, as dificuldades logísticas enfrentadas em estados como o Amazonas, que passa atualmente pela pior estiagem em décadas. “Manaus, por exemplo, está isolada por terra. O acesso é exclusivamente aéreo ou marítimo, o que torna a execução de obras muito mais difícil”, afirmou. Carmo ressaltou também os obstáculos ambientais que permeiam os projetos de infraestrutura na região, destacando que muitos empreendimentos precisam superar rigorosas exigências de licenciamento ambiental. 

Em sua fala, Carmo lembrou de um estudo recente do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON), que aponta a existência de mais de 3 milhões de quilômetros de estradas informais na Amazônia. “Isso gera um impacto ambiental gigantesco e ainda dificulta a implantação de novos empreendimentos. O que discutimos aqui hoje é como melhorar a infraestrutura e o desenvolvimento econômico de forma sustentável, porque, sem um equilíbrio econômico, não há como avançar no social”, destacou. Ele reforçou a importância de equilibrar a proteção ambiental com o desenvolvimento de infraestrutura na Região Norte, enfatizando que, sem investimentos robustos, a região continuará a enfrentar limitações no crescimento.

Já Fabrízio Gonçalves, presidente do Sinduscon-PA, trouxe à tona o crescimento do setor de obras industriais na Região Norte, principalmente em áreas ligadas ao setor mineral, e como a região estará no centro das atenções globais com a realização da COP30, em 2025, em Belém. “Nós estamos no foco do mundo. A COP30 coloca a nossa região no centro das discussões ambientais e de sustentabilidade. Além disso, o setor industrial aqui está crescendo, com grandes projetos, especialmente na área mineral, que impulsionam a economia regional”, afirmou Gonçalves.

Gonçalves também aproveitou para destacar a importância da juventude no processo de crescimento e desenvolvimento do setor industrial na Região Norte. Ele fez uma analogia entre o conceito de vetor de crescimento e a energia dos jovens que estão ingressando no mercado. “Quando falamos em vetor de crescimento, me vem à cabeça essa nova geração. Vetor é aquilo que aponta sempre para cima, que impulsiona o crescimento, e são vocês, os jovens, que vão liderar os projetos que vão transformar a nossa região”, afirmou, chamando a atenção para o papel dos jovens engenheiros e técnicos no futuro das obras industriais.

Encerrando a sessão de abertura, Alex Carvalho, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), destacou a importância de se discutir o futuro da Região Norte sob uma perspectiva de desenvolvimento sustentável e colaborativo. Segundo ele, o Brasil está finalmente reconhecendo a Região Norte como um polo de soluções tanto para o crescimento do país quanto para pautas ambientais globais. “A nossa região passa a ser uma solução para o Brasil e, às vezes, para o mundo, especialmente nas questões ambientais. Mas precisamos ser tratados com respeito e equilíbrio. As decisões precisam ser compartilhadas”, afirmou.

Carvalho destacou a gestão compartilhada como uma estratégia inteligente para lidar com a complexidade dos projetos industriais. “Compartilhar não é apenas dividir oportunidades, mas também aliviar responsabilidades. Crescer dói, cansa, e o compartilhamento torna esse processo mais equilibrado e eficiente”, refletiu. Ele enfatizou ainda o papel da indústria em oportunizar crescimento e inovação, fomentando parcerias que unam expertise e criem convergências necessárias para o avanço do setor. “Esse é o papel da indústria: criar oportunidades para crescer e, ao mesmo tempo, promover um desenvolvimento que seja sustentável e traga benefícios para todos”, concluiu.

O tema tem interface com o projeto “Sustentabilidade das Empresas do Segmento de Obras Industriais e Corporativas”, da Comissão de Obras Industriais e Corporativas (COIC) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), com a correalização do Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).

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